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Tudo que faz parte do meu patrimônio é riqueza? Não necessariamente… Este artigo irá te mostrar como suas escolhas cotidianas se encaixam no seu Balanço Patrimonial Pessoal (BPP).
O Método Liberdade Financeira te ensinou a identificar seu BPP. Nós te ajudamos a identificar todos os itens que você possui, como:
- Ativos, sejam eles de alta ou baixa liquidez;
- Passivos, seja em formato de bens e direitos ou em formato de dívidas;
- Circulante, ou seja, suas formas de pagamento.
O objetivo deste artigo é te mostrar como as decisões da sua gestão financeira familiar interferem na dinâmica do seu Balanço Patrimonial Pessoal. Você vai aprender sobre:
COMO NÃO SAIR DO CIRCULANTE
Como dissemos no artigo sobre circulantes, 95% da população não sai da parte de circulantes do BPP.
Isso acontece porque a maior parte de nós recebe nossa renda, oriunda da troca do nosso tempo por uma remuneração, seja como empregado, seja como autônomo, na nossa conta corrente – ou seja, num item do nosso circulante.
Essa renda é utilizada para cobrir nosso custo de vida. Com ela, pagamos nossas contas fixas, fazemos compras, nos alimentamos, viajamos…
E no mês seguinte trocamos novamente nosso tempo por dinheiro, recebemos nossa renda e o ciclo continua.
Essa é a chamada “Corrida de Ratos“, que é explicada no livro Pai Rico Pai Pobre. Na prática, utilizamos toda nossa renda dentro da parte de circulantes do BPP e não temos o mindset alinhado para enriquecer, ou seja, para gerar ativos.
A corrida dos ratos significa que estamos realizando um exercício repetitivo e sem finalidade, pois andando em círculos não vamos chegar a lugar nenhum.
Eu não sei se é o seu caso, mas eu já passei uma parte grande da minha vida trabalhando e, o dinheiro que recebia do meu salário era usado para cobrir meu custo de vida.
Quando eu recebia um aumento, eu automaticamente elevada minha qualidade de vida e subia meu custo de vida – e continuava não sobrando nada.
Na prática eu estava totalmente dependente do meu salário para cobrir meu custo de vida. Eu estava na corrida dos ratos.
COMO NÃO SAIR DA CORRIDA DOS RATOS
Ok Pri, já entendi o que é trocar meu tempo por dinheiro e permanecer anos e anos nesse ciclo. Mas como eu saio dessa corrida dos ratos?
A resposta em si é simples, porém não é assim tão simples de executar: conquiste ativos!
Ativos são itens do seu patrimônio onde o dinheiro trabalha para você. Eles podem ser de alta ou baixa liquidez (leia mais sobre os ativos aqui).
Mas tenha cuidado! A maior armadilha que a sociedade nos leva a cair é conquistarmos passivos ao invés de ativos.
Vou te dar um exemplo!
Quando eu tinha meus 20 anos eu queria ser livre. A liberdade para mim naquele momento era ter um carro e não mais depender dos meus pais para me locomover.
Meus avós tinham feito uma pequena poupança para mim, eu já estava ganhando minha primeira renda (uma bolsa de estágio).
Então a escolha óbvia para mim naquele momento foi comprar um carro – que eu acreditava ser um ativo do meu patrimônio.
E foi exatamente isso que eu fiz!
Saquei toda a poupança que meus avós tinham guardado e dei a entrada no meu primeiro carro. O restante eu financiei pela concessionária e paguei com a minha bolsa de estágio.
O carro que eu comprei custava R$ 28 mil. Eu dei R$ 14 mil à vista (usando minha poupança), e adquiri 48 parcelas de R$ 360. Após 4 anos, eu paguei no total R$ 31 mil no carro que custava R$ 28 mil.
Após 4 anos, eu queria vender meu carro e ele valia apenas R$ 15 mil. Na verdade, assim que eu o tirei da concessionária, ele já valia menos de R$ 20 mil.
Agora vamos analisar o movimento financeiro que eu fiz usando meu BPP.
Aqueles R$ 14 mil da poupança dos meus avós eram meus únicos ativos. Eles estavam aplicados na poupança e, no ano, me geravam cerca de R$ 1 mil do dinheiro trabalhando para mim.
As parcelas do financiamento que eu demorei 4 anos para quitar eram oriundas do meu circulante, pois eram a renda que eu tinha trocando o meu tempo por dinheiro (no meu estágio).
Olhando a foto do meu BPP no exato momento que eu comprei meu carro, eu transferi meu ativo de alta liquidez para meu passivo de bens e direitos.
Além disso, adquiri também uma dívida (um financiamento), que ficou lá no meu passivo.
Durante os 4 anos seguintes, eu fui tirando dinheiro do meu circulante para quitar a minha dívida (ou seja, fui colocando essa renda no meu passivo).
Finalmente, quando eu consegui quitar o carro, a foto do meu patrimônio era a seguinte:
- Eu não tinha mais nada no ativo;
- No meu passivo tinha um veículo no valor de R$ 15 mil, quitado;
- Eu havia gastado R$ 31 mil para concluir essa compra.
Nesse caso eu posso considerar que eu sai da corrida dos ratos? Diria que não. Foi uma das escolhas menos inteligentes do ponto de vista financeiro da minha vida, muito embora tenha me dado a liberdade de ir e vir; e tenha conquistado um item passivo do meu patrimônio.
Ah, e eu preciso te lembrar que não foi apenas o valor que eu gastei para comprar o carro em si. Também teve todo custo com seguro, IPVA, combustível e manutenção, que dava mais ou menos R$ 3 mil no ano.
COMO SAIR DA CORRIDA DOS RATOS
Ah se eu pudesse voltar no tempo… Se eu tivesse toda a inteligência financeira que eu tinha no auge dos meus 20 anos, com certeza minhas escolhas teriam sido diferentes.
Afinal de contas, se eu tive capacidade de arcar com o financiamento do carro e esse dinheiro não me fez falta, eu também seria capaz de transferi-lo para meus ativos.
Vamos supor que, ao invés de eu comprar o carro eu tivesse pegado aquela poupança dos meus avós e começasse a depositar mensalmente R$ 360, que era o que eu pagava na parcela do carro.
No final de 4 anos, sabe quanto eu teria no meu patrimônio?! Nada menos que R$ 38 mil, e ainda na coluna de ativos de alta liquidez!
É… eu não teria o carro que me dava liberdade de ir e vir… Mas meu patrimônio total ao invés de R$ 15 mil seria de R$ 38 mil.
Isso considerando que eu deixei o dinheiro na poupança hein… Se minha inteligência financeira tivesse me permitido ir um pouquinho além, e eu colocasse numa renda fixa de 1% ao mês, eu teria R$ 44 mil.
Esse dinheiro teria sido suficiente para eu comprar um carro à vista e ainda sobraria uma graninha nos meus ativos para continuar conquistando minha liberdade financeira!
Essa dinâmica é o que chamamos de inteligência financeira – algo que a escola não nos ensina!
Depois de entender como as decisões cotidianas interferem na formação do seu patrimônio, não tem mais como ignorar suas decisões diárias.
E essa é a evolução da sua inteligência financeira, em que nós, do Método Liberdade Financeira, estamos prontos para te ajudar!